a-1382729346485_956x500Imprensa e pagantes premium aguardam a abertura da feira (Foto: Simon Plestenjak/UOL)

A busca de consoles da geração atual (PlayStation 3 e Xbox 360) no Brasil aumentou em 100% após o início da produção nacional. Essas foram apenas as primeiras iniciativas tomadas por empresas de games para ganhar a confiança do consumidor brasileiro. Tanto é assim que a Microsoft confirmou, na Brasil Game Show (BGS) – maior evento de games da América Latina, encerrada terça-feira –, os rumores da semana passada: o Xbox One, o novo console da empresa, será produzido por aqui.

Com ele, lançamentos exclusivos da gigante da informática serão vendidos com tradução completa em português brasileiro. “A empresa acredita no potencial do país e investe na fabricação local com o objetivo de levar uma opção completa de entretenimento para as famílias brasileiras a um preço acessível”, explicou o diretor de Vendas e Marketing para Varejo da Microsoft Brasil, Francisco Simon. O console chega em 22 de dezembro por R$ 2,2 mil.

A Sony, por sua vez, tenta correr atrás para reverter o “prejuízo”. Isso porque o anúncio do preço do PlayStation 4 (R$ 4 mil) gerou uma resposta negativa dos consumidores brasileiros. Mas, se depender de Mark Stanley, gerente geral da empresa na América Latina, isso será por pouco tempo. “Não vamos descansar até que o valor do PS4 seja acessível ao público”, disse logo no início da coletiva da companhia na BGS.

Uma demonstração de que o mercado brasileiro de games está com toda a força é bem representada na história de Chris Lee, diretor de Produtos da Nurigo Games. O sul-coreano decidiu, com alguns sócios, migrar da Coreia do Sul (considerado um dos países com o maior público de jogos do mundo) para o Brasil. “Escolhemos ficar aqui, pois já estudávamos o mercado havia algum tempo – especialmente o de títulos on-line –, e vimos nele um grande potencial”, disse.

Para Chris, a adaptação à indústria brasileira foi difícil por conta da necessidade de acelerar os projetos, que era impedida pela diferença cultural entre os dois países. No entanto, o entendimento do mercado e a capacidade da equipe foram essenciais para o sucesso do projeto. O lançamento da empresa de Lee se chama Battle Nations 1944 e traz como contexto a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. “É uma chance de vocês vivenciarem a sua história no nosso game”, explica.

Em português

“Três anos atrás tínhamos 3,5 mil pontos de venda de jogos no Brasil. Hoje, já são cerca de 5 mil”, comenta Bertrand Chaverot, diretor da Ubisoft na América Latina. A empresa, inclusive, é uma das que mais têm investindo em localização de conteúdo por aqui – como foi com os títulos Rayman legends e Far cry 3. “Hoje temos um mercado de um tamanho mundial, o que justifica a tradução de nossos jogos aqui. O público brasileiro merece isso.”

Um estudo da GfK, divulgado durante a BGS, ilustra bem o que Bertrand Chaverot afirma. Só em títulos de jogos lançados, foi um crescimento de 30% entre 2011 e 2012, de 1.221 a 1.582. De janeiro a setembro, os games no Brasil venderam 24,4% a mais do que no mesmo período do ano passado.

Segundo Oliver Romerscheidt, diretor de Negócios da GfK, o país vai de encontro ao que acontece no resto do mundo. “Mesmo com preços elevados, o Brasil cresce. Já algumas regiões da Europa estão com números negativos”, explicou.

 

Fonte: O Estado de Minas