Pela primeira vez estudantes brasileiros puderam se inscrever no Google Science Fair, considerado o maior concurso de ciência voltado para jovens do mundo. E, já no ano de estreia, o país emplacou três projetos entre os 90 finalistas, selecionados entre participantes de mais de 120 nações. O grupo deverá ser reduzido a 15 finalistas globais, anunciados no dia 27 de junho, que irão viajar para a sede do Google, na Califórnia – lá serão revelados os vencedores.

A equipe de Votuporanga – SP │ Crédito: Acervo pessoal

Os três projetos brasileiros seguem o conceito do concurso ao apresentar ideias com o potencial de mudar o mundo. O primeiro deles, feito por alunos do Centro Educacional Sesi 435 de Votuporanga (SP), foi apelidado de “celular salva-vidas”. Ele consiste em um sensor que pode ser acoplado em celulares, capaz indicar a intensidade dos raios de sol e alertar o usuário sobre os perigos dos raios UV – isso resultaria em uma menor ocorrência de melanomas, o câncer de pele, que em alguns casos pode ser fatal. “Usamos material reciclado para fazer um protótipo, então o custo é baixo”, conta uma das integrantes da equipe, Amanda Ruiz, de 14 anos. Junto de seus colegas Isabela dos Santos e Otávio Martins, ambos de 13 anos, ela usava suas tardes na escola para desenvolver o sensor que, através do brilho LED, interpreta a frequência dos raios e indica o nível do perigo de estar no sol sem proteção.

“Pensamos em colocar o sensor no celular, que é algo que todo mundo tem. E se o aparelho fosse implementado por empresas, em 2 anos boa parte das pessoas já o usariam. De acordo com pesquisas que analisamos, esse é o tempo em que a maioria das pessoas troca de aparelho”, explica Amanda que, assim como Isabela e Otávio, pretende cursar engenharia mecânica na faculdade.

Outro dos projetos finalistas também tem como foco a proteção da pele: o sergipano João Vitor Gotto, de 16 anos, pretende desenvolver um novo filtro solar. Para isso, ele desenvolverá nanopartículas de fosfato tricálcio dopado com ferro – o produto resultante será um filtro com um menor potencial alergênico, atóxico, de boa duração e que não deixe nenhuma coloração esbranquiçada na pele. “E a substância pode ser colocada também em outros cosméticos como cremes, maquiagem e gel”, explica João que, atualmente, é bolsista na Petrobras.

O último dos projetos, feito por Flavia Faggiao, de Londrina, propõe uma nova abordagem na análise de poluição de praias do litoral paranaense: o estudo de fitoplâncton que, por seu comportamento, pode indicar a presença de poluentes e/ou alterações no pH da água. Essa iniciativa também recebeu indicação para um prêmio paralelo, o Prêmio Ciência em Ação, que concede 50 mil dólares ao projeto de maior utilidade prática (relacionado às áreas ambiental, da saúde ou de recursos).

Todas as iniciativas competem pelo prêmio final: uma viagem de 10 dias para as Ilhas de Galápagos além de financiamento educacional de 50 mil dólares.

 

Fonte: Revista Galileu