Entre 18 e 21 de março, o mundo inteiro estará de olhos abertos para o Brasil, o primeiro país latino-americano a receber, no Rio de Janeiro, o Congresso Global de Empreendedorismo (“Global Entrepreneurship Congress”, ou GEC, em inglês). Organizado pela Endeavor Brasil e pela Kauffman Foundation, o evento reunirá representantes de 125 países para discutir práticas bem-sucedidas ligadas ao empreendedorismo e, à luz de novas informações e pesquisas, identificar oportunidades.

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“O Brasil é a grande aposta global do ponto de vista do empreendedorismo”, acredita Marcella Monteiro de Barros, coordenadora da Semana Global do Empreendedorismo, que está por trás de toda a operaçãodo GEC. Para ela, não se trata apenas de trazer o evento para o país e garantir que seja bem-sucedido, mas de, por meio das discussões levantadas, apontar caminhos importantes para um Brasil mais empreendedor. E não somente tornar o Brasil mais empreendedor, mas o tipo de empreendedor que ele quer, direcionado para o alto crescimento. “Queremos transformar o país em um case de ecossistema empreendedor para o mundo”, afirma.

Pode-se dizer que o evento está dividido em dois momentos: um deles, restrito a convidados nacionais e internacionais, que se propõe a identificar as barreiras do ambiente para o desenvolvimento do empreendedorismo no país, além de compartilhar melhores práticas e apresentar soluções de longo prazo, e outro, aberto ao público por meio dos eventos paralelos ou fringe events, que inclui debates, oficinas e palestras em torno dos temas principais do evento.

Segundo Marcella, a esfera de políticas públicas, que contará com a presença de ministros, do governador e do prefeito do Rio de Janeiro, é um dos pontos-chave do GEC. Educação empreendedora, acesso a capital e startups também são áreas que terão suas próprias atividades, painéis de discussão e lançamento de programas especiais, como o Start-up Brasil, do governo federal.

Com o intuito de potencializar o seu legado, o evento articulou a presença de figuras expoentes do empreendedorismo no Brasil e no mundo: economistas, acadêmicos, pesquisadores, figuras públicas, empreendedores, investidores, entre outros, cujos pontos de vista somam forças para influenciar os rumos do empreendedorismo no Brasil. Entre os principais nomes, estão Fiorina Mugione, chefe da Divisão de Empreendedorismo da Unctad (ONU); Linda Rottenberg, co-fundadora e CEO da Endeavor Global; Fabio Barbosa, CEO da Editora Abril; Alexandre Hohagen, Vice Presidente do Facebook na América Latina, entre outros.

Um dos efeitos disso, aponta Marcella, é o reforço positivo dessas práticas nos estados e regiões brasileiras. “Os líderes-chave da Semana Global do Empreendedorismo voltam para suas regiões com mais subsídios e ferramentas”, argumenta. Um dos trunfos do GEC é ampliar o contato com representantes de outros países e assim tornar tangível uma Semana Global, por exemplo. “A mensagem que fica parece sutil, mas na verdade o senso de identificação é muito determinante. Embora seja um evento fechado, feito por poucos, a mensagem é para muitos”, conclui.

A evolução do GEC

O “Global Entrepreneurship Congress” nasceu no Kansas, nos Estados Unidos, em 2009, como uma reunião de trabalho. Incluía apenas os coordenadores mundiais da Semana Global do Empreendedorismo para apresentar os destaques da edição anterior e definir a seguinte. Com o tempo, o meeting original passou a representar muito mais do que isso.

A partir da edição de Xangai, na China, começou a envolver outros atores da cena empreendedora no país, como ministros, investidores-anjo e empreendedores de sucesso, até que, em Liverpool, na Inglaterra, presenciou uma grande virada. A imprensa se engajou na cobertura do evento, que conquistou grande prestígio com a participação do fundador do grupo Virgin, Richard Branson, e outros visitantes internacionais de renome, e a cidade se transformou em um polo de discussões em prol do ecossistema empreendedor. “É o que esperamos para o Rio”, projeta Marcella.

 

Fonte: Endeavor Brasil