f21 (1)Manuscritos de Marcel Proust

É um divertimento ir à Gallica, a biblioteca digital da Biblioteca Nacional da França, e tentar decifrar a letra de Marcel Proust (1871-1922), por exemplo, nos vários caderninhos do manuscrito de Em Busca do Tempo Perdido. Aquilo que outrora só podia ser visto e analisado por especialistas na seção de reservados da Biblioteca Nacional da França está agora acessível a quem navegar no site ou descarregar o aplicativo “Gallica”.

Se espreitarmos o caderno À la Recherche du temps perdu — Sodome et Gomorrhe VI, um dos manuscritos do escritor francês que está disponível na Gallica, e clicarmos nas páginas daquele caderno bordeaux, elas vão passando folha a folha pela tela. O que é divertido é tentar decifrar as correções e alterações que Marcel Proust foi fazendo no seu manuscrito. Espalhados pelas várias páginas estão anotações, acrescentos e ainda palavras, frases e por vezes parágrafos inteiramente riscados, assim como desenhos. Mas na Gallica não estão só disponíveis os manuscritos: também podemos ver as anotações que Proust fez nas provas tipográficas, por exemplo, de Du côté de chez Swann ou de À l’ombre des jeunes filles en fleurs, com as suas correcções manuscritas. Disponível no site, à atenção de gerações de leitores sob influência, está também toda a Recherche… na edição Gallimard de 1946-1947.

Quem tiver um smartphone ou um tablet, a Gallica lançou um aplicativo de mesmo nome e que pode ser descarregado gratuitamente na App Store ou na Google Play Store. E aí a sensação de estarmos mesmo folheando um livro é ainda maior. Ao leitor é ainda dada a possibilidade de ver o documento página a página, como se se tratasse de uma galeria de imagens.

Mas não só de Proust vive a Gallica. Estão lá disponíveis obras de outros autores, como La dame aux camélias, de Alexandre Dumas (1824-1895), ou Un Capitaine de Quinze Ans, de Júlio Verne (1828-1905) — ambas as edições com lindíssimas ilustrações.

 

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Fonte: Ípsilon │ Público.pt