A cidade espanhola Santander tornou-se um protótipo de cidade inteligente. Ela possuí 12 mil sensores espalhados pelas ruas e conectados à internet, que coletam informações de poluição do ar, lixo, iluminação pública e trânsito. As informações podem ser acessadas por uma plataforma pública, que mapeia e organiza os dados com atualizações constantes.

Sensores enviam informação para central de computadores, que mapeia dados em tempo real

Sensores enviam informação para central de computadores, que mapeia dados em tempo real (Divulgação)

O projeto, liderado pela Universidade de Cantabria, teve um investimento de U$ 11 milhões e já ajudou a cidade a diminuir gastos: em 25% em contas elétricas, pois os censores diminuem a intensidade da luz quando ninguém está passando ou em uma noite de lua cheia; e 20% nas contas do lixo, já que o governo consegue controlar quando as lixeiras estão cheias ou vazias, evitando viagens desnecessárias.

Informação ao vivo

Mas não é a economia de recursos que faz de Santander uma cidade inteligente, mas sim a disponibilidade das informações para os cidadãos: todos os ônibus, táxis e carros da polícia transmitem a sua posição e velocidade; os pontos de trânsito lento são mapeados e informados em tempo real, inclusive com informações de obras, acidentes e vagas livres para estacionar; os pontos de ônibus informam as linhas e horários; e as zonas de poluição sonora e do ar são controladas ao vivo.

Também é possível enviar fotos e vídeos de problemas públicos, como buracos nas ruas e vazamentos de canos. As denúncias, que podem ser anônimas, são encaminhadas para o setor responsável.

Isso torna a cidade mais transparente, já que os problemas expostos em uma plataforma pública obrigam os governantes a solucioná-los de maneira rápida. Com interatividade, também é possível aumentar a participação pública.

Vista da cidade de Santander (Divulgação/ Spain Cool Cities)

Vista da cidade de Santander (Divulgação/ Spain Cool Cities)

Modelo

Até os turistas são beneficiados pela digitalização da cidade. Ao apontar o smartphone para a casa de concertos da prefeitura, é possível visualizar sua programação. Próximo de uma estátua ou fonte, o aplicativo apresenta informações sobre a história do monumento.

A cidade também disponibiza dados públicos, como gastos, crescimento e estatísticas. Foi criada uma página para aumentar a interatividade entre os cidadãos e o poder público.

Recentemente, a Microsoft, IBM e Google visitaram a cidade para conhecer o projeto.

Outras cidades já pretendem adotar o modelo de Santander: Amsterdam, Barcelona, Birmingham, Dubai, Helsinki, San Diego, Stockholm, Nanjing, Vienna e Yokohama.

 

Fonte: Catraca Livre